Quando a lua beija o mar

Eu estava debruçada na sacada do terceiro andar, com o olhar perdido, apenas olhando a vida acontecer ao meu redor. Embora o silêncio reinasse soberano, coisa que muito aprecio, parecia que uma música leve e bonita se estendia, e aumentava o volume e a sensação que me era transmitida. Eu estava perdida em pensamentos... Apenas tentando enxergar um pouco mais de paixão em tudo. Porque a falta de paixão é o que me incomoda... sempre. É a razão de todas as outras angústias.
Ele estava caminhando lá embaixo. Em direção às escadas. Seus passos eram calmos, distraídos. Olhando de longe, pareciam sem impacto algum. Eu podia ouvi-lo subir as escadas. Na minha mente havia até o barulho da sua respiração, que fazia com que eu respirasse mais rápido e intenso. Quando eu fechava meus olhos era tudo mais nítido: o cheiro, o gosto, o toque... Mesmo que eu nunca tivesse sentido.
Seus passos calmos chegaram. Passaram por mim sem nada dizer. E enquanto eu me perguntava por que ele não tinha dito nada, uma frase meio desligada:
- Ei Dáli! Vamos à praia?
Ele me chamando de Dáli era como um anjo sussurrando em meus sonhos. Porque uns me chamavam de Lilah, ou Dalilah. Mas Dáli... Só ele!
- Praia? Agora? Pra quê? (Aquele misto de confusão e surpresa de sempre. Que te faz dar mil respostas e resposta alguma.)
- Ah! Só ir à praia... Se você não quiser...
- Não! Vamos sim!
No caminho havia um bosque. E macaquinhos saltitando entre as árvores. Já era fim de tarde e logo o sol ia se pôr. Que diabos eu estava fazendo ali? Conservando mais uma esperança tola e me consumindo em sentimentos inúteis?
O mar estava lindo. Eu segui em direção a ele anestesiada, sem nem reparar que Eduardo não tinha me seguido, me olhando de longe. Eu comecei a andar por ali... molhando os pés na água calma e ao mesmo tempo furiosa.
- Você vai ficar aí parado?
Ele me sorriu e veio andando... Desfilando pelas areias claras. O sol estava se pondo e eu olhei pro céu maravilhada. As cores... Laranja... Lilás... Tudo tão quente e lindo.
- Olha!
E enquanto eu o convidava espontaneamente a olhar pro céu, mal notei que ele olhava pra mim. Então ele me segurou pela cintura, parou os meus olhos nos dele, por uns segundos eternos que eu não sei explicar.
- Dáli... Eu não te chamei aqui a toa!
Eu não precisava de mais palavras. Não havia mais o que se falar. O mar já estava dentro de mim e a lua surgia dos lábios dele. Um vento. Um arrepio. O beijo!
...
^^
P.s.: O povo gosta é de romance, entãaaao.... rsrsrs
O texto demorou mas saiu!
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> Post de hoje dedicado ao MH, uma gracinha de pessoa que anda visitando meu blog e que me presenteou com minha primeira indicação "É um blog muito bom sim senhora!". Pra ele, que tem um blog hilário (o qual EU RECOMENDO), um texto sem sapos e sem palhaços. Dessa vez, um final feliz! rs