domingo, 27 de abril de 2008

Limpando o armário



Algumas coisas precisam ser jogadas fora, deixadas pra trás. O caminho precisa continuar. E certas coisas... apenas precisam ser jogadas fora.

Isso significa aceitar o vocabulário dos adultos e perceber que o “fácil” não existe. Mas, ainda assim precisamos fazer o certo.

“Um homem precisa fazer o que um homem precisa fazer”. Não me lembro mais onde foi que eu vi isso, mas era sobre “fazer a sua parte”. E a sua parte é, antes de mais nada, jogar certas coisas no lixo. É a minha parte!

Abandonar todos os livros que não consegui terminar, os que não soube começar e os que não gostei do final. Abandonar a capa-padrão que eu criei e o estilo em que enquadrei minhas obras. O estilo em que me enquadrei.

A minha parte é jogar fora os rascunhos... As partes pequeninas de inteiros que nunca existiram. Porque o todo pode ser apenas uma parte, mas uma única parte nunca será um todo! Jamais será o suficiente.

Certas coisas precisam ser jogadas fora... Aquelas palavras que não se encaixaram em nenhum texto e ainda vagam, desconexas, por algumas páginas coladas, escondidas. Aquelas palavras que nunca foram escritas, se resumindo a pensamentos hipotéticos de como a história poderia ter sido.

O livro foi escrito. Lido. Jogado fora!

É hora de prever o tempo e escrever uma nova história. Dessa vez, com algumas coisas jogadas fora. O romance-ficção-científica, a previsão dos ventos e pra onde devem ventar, os nomes artísticos que podemos dar... É só atirar umas flechas... Relaxar, e escrever uma nova história. Sem mocinhas presas em castelos, sem sapos disfarçados de príncipes, nem príncipes disfarçados de sapos.

“Certas coisas têm que ser jogadas fora”.

E então eu não serei mais “a garota do tempo”, e sim, uma grande escritora de novas histórias.
(22 de abril de 2008)

Contexto: O sol de cada manhã, com Nicolas Cage.