terça-feira, 24 de agosto de 2010

Nothing's gonna change...

For nothing...

É sempre assim...

Eu brigo por nada...

Ele briga por nada...

Eles brigam por nada...

Brigamos por nada...

Todos por nada...

O nada se acumula...

Vira muito nada...

Vários nadas...

E eu não sei nada sobre isso...

Nada sei...

Nada entendo...

Nada posso...

Nada tento...

Nada me acalma...

E eu nada quero...

Nada passa...

Nada convence...

Nada sara...

Eu tento evitar tudo...

Acabo não evitando nada...

O nada segue...

E nada muda...

E eu? Que nada sou?

quinta-feira, 1 de abril de 2010


Tapar os olhos

Chove lá fora...

E aqui, tá tanto frio!


Em outros tempos... hoje eu me vestiria, com a roupa mais linda que eu encontrasse, com meu melhor sorriso, com as unhas coloridas e os lábios cheios de batom. Hoje eu sairia pra encontrar amigos, onde quer que os amigos estejam. Eu sairia pra ver gente, lugares, sorrisos, drinks, música e alegria. Que ironia...


Não é fácil encarar a verdade. Às vezes é melhor viver na ilusão. Aquela boa e velha ilusão de que se tem amigos. De que se tem boa companhia quando você quer simplesmente sair pra esquecer...


Eu preciso esquecer todas as músicas que estão cantando na minha mente! As lembranças, os sonhos, as mágoas... Eu preciso esquecer um pouco de mim! Do que eu sou, do que eu fui, do que eu jamais serei ou... terei!


Eu preciso me esquecer de que ponto me fez chegar até aqui!


Onde está a vida que eu abandonei? Por enxergar demais... Por enxergar que aquilo tudo não era verdadeiro. Dane-se! Eu quero de volta a ilusão! Eu quero de volta o “não enxergar”...


Eu quero de volta o direito de ser leviana, de gritar e chingar sem pensar em nada. De sentir ódio e rancor ao invés de simplesmente, relevar e compreender.


Eu quero de volta o direito de ser humana, de sentir dor, de ficar triste, de esperar explicações, desculpas, buquês de flores e declarações pelo perdão.


Eu quero de volta o direito de bater portas, de ficar de mal, de não querer conversar mais. O direito de chorar compulsivamente, e de achar que só eu estou certa no mundo.


Eu quero de volta o direito de dançar... De conhecer gente nova, de fazer mistério, de flertar com a vida! Eu quero de volta o direito de ser a menina que eu sou! De levar a vida que é minha! De fazer as coisas que são a minha coisa!


Eu quero de volta a paixão pelo perigo!

Sem riscos a correr...


Eu quero de volta a briga com a poesia!

Quero não saber escrever... novamente.

Quero de volta o direito de não ter mais o que escrever... Nem o que sofrer!

Não mais!




1° de abril de 2010
Ao som de: Elton John - Your Song

sábado, 9 de janeiro de 2010



"Somos tão jovens"...


Antigamente haviam amigos... festas.. bebedeiras... sorrisos... fotos e mais fotos...
Parecia que tínhamos o mundo em nossas mãos!
Hoje estou velha demais pras bebedeiras, pras intriguinhas de adolescentes, pra ir pra balada, pra tentar convencer de que somos amigos.
Estou velha demais para esperar que me ouçam, que me sintam, que sintam minha falta.

Eu sinto falta...

Os chás entre amigas que nunca tive. Os encontros no bar pra tomar tequila, fofocar e falar mal dos homens. As confissões daqueles segredos irresistíveis... As festas. As fotos de muitas festas. As ressacas de muitas fotos. Viagens, passeios, filme com brigadeiro. Eu sinto falta das amigas que não tive!
Porque, se eu as tivesse, seríamos únicas! Inseparáveis... e, mesmo assim, sem cobranças.

Hoje eu estou velha pra sentir falta! ... Até mesmo das ilusões de amigos.
Será que fui eu mesma que envelheci? Ou o mundo já não é mais o mesmo?

"Somos tão jovens... tão jovens..."
"Temos todo tempo do mundo."
"Não temos tempo a perder!"

Será que estou mesmo ficando velha e chata ou é o mundo que não vê?


(Laís Mendes, madrugada de 09 de janeiro de 2010)
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